Pensar à frente evita dores de cabeça: se vai investir num novo computador em 2025, vale a pena garantir já hoje a compatibilidade com as próximas grandes versões do Windows e com a nova geração de funcionalidades de inteligência artificial local.
Por que se preocupar agora?
O Windows 11 exigiu requisitos que apanharam muitos utilizadores de surpresa – em especial o suporte obrigatório a TPM 2.0, Secure Boot e uma lista restrita de processadores. Quem tinha um Core i5‑6500 (2015) descobriu que máquinas aparentemente «boas» ficaram presas no Windows 10. Prevê‑se que a Microsoft mantenha a mesma linha de raciocínio em futuras versões: priorizar segurança por hardware e acelerar experiências de IA nativas. Antecipar esses vetores hoje poupa dinheiro e frustração amanhã.
Lições da transição para o Windows 11
- Segurança «por design» – criptografia via TPM e arranque assinado tornaram‑se exigências base.
- Atualizações contínuas – em vez de «Windows 12» num pacote fechado, a empresa lançou moments e pacotes de funcionalidades a cada poucos meses.
- Capacidade de computação dedicada a IA – desde o final de 2023 o Windows passou a detectar NPUs (Neural Processing Units) para descarregar tarefas de IA do CPU/GPU.
O que já sabemos oficialmente (julho 2025)
Nada foi anunciado como “Windows 12”. Contudo, a Microsoft revelou que:
- A versão 24H2 do Windows 11 eleva o requisito mínimo de RAM para 8 GB em instalações novas.
- Computadores classificados como Copilot+ PC precisam disponibilizar ≥ 40 TOPS (triliões de operações por segundo) numa NPU integrada para executar funcionalidades de IA offline como Recall, Live Captions multilíngues e Studio Effects sem penalizar autonomia.
- Dispositivos certificados hoje como Copilot+ recebem, no mínimo, 6 anos de suporte garantido.
Tendências de hardware até 2030
- Processadores híbridos – combinações de núcleos de desempenho (P‑cores) e eficiência (E‑cores) passaram a ser padrão na Intel (12.ª geração em diante) e na AMD (Ryzen 7040/8040 Strix Point).
- NPUs cada vez mais potentes – Lunar Lake e Strix Point devem ultrapassar 60 TOPS; o Snapdragon X Elite já entrega 45 TOPS.
- Plataformas modulares – soquetes LGA 1851 (Intel) e AM5 (AMD) prometem suportar várias gerações de CPU, prolongando a vida útil dos desktops.
- Armazenamento PCIe 5.0 – SSDs NVMe de 14 GB/s começam a popularizar‑se, garantindo folga para “boot híbrido” e hibernação acelerada por IA.
- Memórias LP‑DDR5x e DDR5 – latências menores e maior largura de banda beneficiam modelos generativos executados localmente.
Componentes‑chave a priorizar
CPU (ou APU)
Escolha chips lançados a partir de 2023. Na prática, qualquer Intel Core Ultra (Meteor Lake) ou Ryzen 8040 já inclui NPU, gráficos RDNA3/Xe‑LP melhorados e instruções AVX‑512/AI.
NPU dedicada
- Piso aceitável 2025–2026: 40 TOPS.
- Sob folga confortável: 60 ‑ 80 TOPS para garantir três ou mais gerações de upgrades de IA sem throttling.
- Dica: verifique se a BIOS expõe opção para ativar a NPU em modo de baixo consumo; alguns portáteis permitem desligar o GPU discreto durante tarefas de IA, prolongando a autonomia.
Motherboard e firmware
- UEFI 2.3.1 ou superior, Secure Boot ativo por predefinição.
- TPM 2.0 via fTPM integrado ou chip dedicado.
- PCIe 5.0 x16 (gráficas) e pelo menos dois slots M.2 PCIe 4.0 x4 (armazenamento).
Memória
Perfil de uso | Recomendação em 2025 | Motivo |
---|---|---|
Essencial | 16 GB DDR5-5600 | Sistema e apps UWP/Win32 leves |
Criadores de conteúdo | 32 GB DDR5/LP‑DDR5x 6400‑7200 | Edição 4K e modelos de IA de até 7B parâmetros |
Entusiastas e IA local | 64 GB+ DDR5‑7800 com ECC opcional | Treino/afinamento de modelos > 13B parâmetros |
Armazenamento
Um SSD NVMe PCIe 4.0 (ou 5.0 onde o orçamento permitir) de 1 TB assegura espaço para snapshots de Recall, caches de modelos e bibliotecas de containers Dev Home.
GPU
Quem joga ou faz rendering deve focar‑se em placas com suporte a DirectX 12_2 e AV1, pois o Windows utiliza estes codecs para aceleração de IA via DirectML.
Conectividade
- Wi‑Fi 7 (802.11be) e Bluetooth 5.4 minimizam latência em colaboração via cloud.
- USB4 80 Gb/s ou Thunderbolt 5 garante largura de banda para GPUs externas.
- HDMI 2.1a/DisplayPort 2.1 suporta monitores 8K120 ou múltiplos 4K240, úteis para fluxo de trabalho multitela.
Resumo rápido em tabela
Componente | Mínimo sensato | Ideal “à prova de futuro” |
---|---|---|
Processador | Intel Core i5‑1340P / Ryzen 5 7640HS | Intel Core Ultra 7 185H / Ryzen 9 8950HS |
NPU | ≥ 40 TOPS | ≥ 60 TOPS |
RAM | 16 GB DDR5‑5600 | 32 GB+ DDR5‑6400 dual‑channel |
Armazenamento | SSD 1 TB PCIe 4.0×4 | SSD 2 TB PCIe 5.0×4 |
Motherboard/Soquete | LGA 1700 / AM5 | LGA 1851 / AM5 (Zen 5+) |
Gráficos | iGPU RDNA3/Xe LP‐Gen12 | GPU dedicada RTX 50/Circle RDNA4 |
Categorias de PC com maior margem de segurança
Copilot+ PC
São a aposta mais direta: já cumprem o binário «IA local» exigido pela Microsoft e incluem sensores de baixa potência para tarefas em background. Modelos com Snapdragon X Elite ou Intel Lunar Lake prometem autonomia superior a 15 h em uso misto.
Desktops modulares
Optar por soquetes AM5 ou LGA 1851 permite trocar apenas o CPU daqui a quatro ou cinco anos. Invista numa boa fonte ATX 3.1, refrigeração silenciosa e gabinete com espaço para GPUs até 3.5 slots.
Workstations portáteis
Equipadas com até 96 GB RAM e GPUs RTX Ada Generation, estas máquinas suportam tanto cargas de IA quanto CAD/BIM pesado, mantendo a opção de atualização de SSD e RAM.
Estrategizar a compra ao longo dos próximos cinco anos
- 2025‑2026: comprar PCs Copilot+ de primeira geração ou desktops AM5/LGA1851; aproveitar preços pós‑lançamento.
- 2027: avaliar upgrade de GPU ou expansão de armazenamento; SSDs PCIe 6.0 começam a aparecer.
- 2028: previsão de refresco de CPUs Zen 7/Lunar Lake Refresh; aguardar se necessitar de mais de 80 TOPS.
- 2029‑2030: possível “Windows 12” ou “Windows 11 30H2”; hardware recomendado acima deverá atender plenamente.
Perguntas frequentes
O Windows 10 deixará de funcionar em 14 de outubro de 2025?
Não; apenas deixará de receber atualizações de segurança oficiais. Poderá continuar a utilizar, mas navegar na internet sem «patches» recentes é arriscado.
Vale a pena comprar um portátil com NPU de 25 TOPS?
Para tarefas simples como legendas automáticas, sim; para funcionalidades exclusivas Copilot+ já em 2025, não.
Posso instalar um módulo TPM 2.0 num PC antigo para ficar preparado?
Se a placa‑mãe suportar, ajuda a manter o Windows 11, mas o processador ainda precisará estar na lista oficial. A curto prazo pode ser mais económico migrar para uma plataforma nova.
Conclusão
Não existe, até agora, um «Windows 12» com data marcada, mas as pistas são claras: mais segurança por hardware e mais computação de IA local. Se escolher um equipamento Copilot+ ou um desktop com plataforma moderna e modular, 16‑32 GB de RAM e um SSD NVMe rápido, estará bem posicionado para atravessar a próxima meia década sem novos sustos de incompatibilidade.