Falha na instalação limpa do Windows 11: solução definitiva via upgrade a partir do Windows 10

Depois de 16 tentativas frustradas de reinstalar o Windows 11 Pro em um PC compatível, a estratégia que finalmente funcionou foi instalar primeiro o Windows 10 e, em seguida, fazer o upgrade “in‑place”. Este guia explica em detalhes o motivo do problema e mostra passo a passo como reproduzir a solução.

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Visão geral do problema

Mesmo com Secure Boot, TPM 2.0 e BIOS atualizados em uma placa‑mãe ASUS Z790, a instalação limpa do Windows 11 falhava logo após o carregamento do instalador, exibindo apenas a mensagem genérica “Falha na instalação do Windows 11” sem qualquer código de erro. Tentativas adicionais incluíram:

  • Teste com cinco SSDs M.2 NVMe — dois deles novos em embalagem lacrada.
  • Criação de dois pendrives oficiais de instalação com a Ferramenta de Criação de Mídia.
  • Compra de segunda chave de ativação para descartar problema de licença.
  • Desconexão de todos os periféricos, exceto mouse e teclado.

Principais sintomas observados

  • Instalador carregava, exibia o logotipo “Windows 11” e reiniciava abruptamente.
  • Nenhum código de erro era mostrado na GUI ou nos logs do BIOS.
  • Ao acessar o Ambiente de Recuperação (WinRE) e abrir o setupact.log, o processo parava antes da criação da partição EFI.
  • Substituir SSD, porta M.2 ou cabo de dados não alterava o comportamento.

Procedimento que resolveu o impasse

  1. Instalação limpa do Windows 10
    Crie a mídia USB com a Ferramenta de Criação de Mídia do Windows 10, inicialize em modo UEFI, exclua todas as partições antigas e instale normalmente.
  2. Upgrade in‑place para o Windows 11
    No Windows 10 recém‑instalado, execute o Assistente de Instalação ou abra o setup.exe do ISO do Windows 11 e escolha “Manter aplicativos e arquivos” (sim, mesmo em um sistema limpo isso acelera o processo). O Windows 11 será instalado, ativado e funcional.

Passo a passo detalhado do upgrade

  1. Verificar requisitos
    • BIOS em modo UEFI, Secure Boot enabled, TPM 2.0 sem chaves pendentes.
  2. Instalar Windows 10
    • Na tela de partições, exclua todas as entradas até restar “Espaço não alocado”. Deixe o instalador criar as partições padrão.
    • Conclua a OOBE; não é necessário configurar conta ou instalar drivers adicionais.
  3. Preparar o instalador do Windows 11
    • Baixe o ISO mais recente direto da Microsoft ou use o Assistente de Instalação.
    • Monte o ISO no Windows 10 e execute setup.exe como administrador.
  4. Executar upgrade
    • Selecione “Baixar e instalar atualizações” para garantir patches de compatibilidade.
    • Siga o assistente até a conclusão. O processo levará de 15 a 30 min.
  5. Confirmar ativação
    • Abra Configurações  >  Sistema  >  Ativação; a licença digital deve aparecer vinculada à sua conta Microsoft.

Por que a solução funciona?

O instalador do Windows 10 recria do zero as partições ESP, MSR e as entradas de boot em conformidade estrita com a especificação UEFI. Quando o Windows 11 inicia seu processo de atualização, ele encontra:

  • Uma ESP formatada corretamente em FAT32 com as variáveis NVRAM já apontando para o gerenciador de boot da Microsoft.
  • Registros GPT livres de inconsistências (CRC correto, sem entradas fantasma).
  • Uma MSR presente (alguns fabricantes omitem essa partição, levando o Windows 11 a criá‑la de forma não padronizada).

Assim, mesmo que a mídia de instalação do Windows 11 não consiga preparar o disco, o ambiente já está no estado esperado e a etapa de cópia de arquivos prossegue sem erros.

Recomendações complementares

EtapaObjetivo
Verificar logs de instalaçãoSe a falha persistir, copie C:\$WINDOWS.~BT\Sources\Panther\setupact.log a partir do WinRE para análise detalhada.
Atualizar firmware e driversMantenha BIOS, firmware dos SSDs e controladores NVMe na versão mais recente para evitar incompatibilidades.
Reconstruir mídia de instalaçãoCrie o pendrive com a Ferramenta de Criação de Mídia ou use o Rufus em modo “UEFI / GPT”.
Desconectar hardware extraInstale apenas com o SSD de destino, mouse e teclado para eliminar conflitos.
Configurações UEFIGaranta TPM 2.0 e Secure Boot habilitados; redefina o TPM se suspeitar de chaves corrompidas.

Diagnóstico avançado (opcional)

Caso queira confirmar a causa raiz antes de partir para o Windows 10, execute estes testes:

  • Verificação de metadados GPT: inicie um Linux Live, abra o gdisk e rode o comando v (verify). Corrupções comuns aparecem como “partition table header CRC mismatch”.
  • Teste de memória RAM: falhas intermitentes na RAM (overclock instável) podem corromper a escrita da ESP. Use memtest86+ por pelo menos quatro passagens.
  • Recriar ESP manualmente: a partir do WinRE, use diskpart para clean, convert gpt, create partition efi size=100, formatar em FAT32 e atribuir a letra S:. Em seguida, tente novamente o instalador do Windows 11.

Boas práticas para evitar o problema no futuro

  • Desative overclock antes de instalar sistemas operacionais.
  • Use drivers NVMe oficiais do fabricante quando disponíveis.
  • Evite clonar imagens antigas de SSD para novo hardware — instale sempre do zero para forçar criação de partições limpas.
  • Faça backup da ESP com dd ou ferramentas equivalentes após uma instalação bem‑sucedida; isso agiliza recuperações.

Perguntas frequentes (FAQ)

Preciso de uma nova licença se instalar o Windows 10 e depois atualizar?

Não. A chave do Windows 11 é reconhecida automaticamente durante o upgrade, pois a ativação digital fica vinculada ao hardware.
Posso usar o Windows 11 ISO modificado (por exemplo, Win 11 no TPM 2.0)?

Recomendamos usar imagens oficiais. Ferramentas de bypass podem gerar partições fora do padrão ou causar erros de integridade.
A solução funciona em placas‑mãe AMD?

Sim. O princípio é o mesmo: o Windows 10 padroniza as partições e o upgrade utiliza o ambiente já validado.

Conclusão prática

Quando o instalador do Windows 11 falha silenciosamente, a rota “Instalação limpa do Windows 10 → Upgrade in‑place” oferece um caminho rápido, seguro e suportado pela Microsoft para colocar o sistema de volta em funcionamento. O processo:

  • Reconstrói partições de sistema de forma confiável.
  • Permite verificar a estabilidade básica do hardware antes da migração.
  • Preserva a ativação digital, sem necessidade de comprar outra chave.

Seguindo as recomendações descritas, a probabilidade de sucesso na reinstalação salta de meros tentativa‑erro para quase 100 %, economizando tempo, evitando desgaste e poupando gastos desnecessários com novo hardware.

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